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Estou em crise.

Quem me vê não vê.
Minha apatia é a minha maneira de gritar.
Não faço alarde, não boto voz no meu gritar.
Mas eu sei o quanto eu comi
Eu sei quantas aulas de Muay eu me sabotei
Eu sei quantos doces eu desejei e devorei
Eu sei quantas noites eu mal dormi.

Quem me vê só vê raiva
Só vê minha vontade de ir embora.
Ninguém vê minhas dúvidas
Ninguém vê meus arrependimentos
Ninguém vê todas as vezes que os visito.

Quem me vê só vê alienação,
Meus fones grudados nos ouvidos.
Ninguém ouve minhas músicas de chorar
Ninguém entende o que não entendo
Ninguém quer saber.

Estou em crise.

Quem me vê não entende
Que fervilha por dentro, corrói

Quem me vê não entende
Que tudo poderia ser contido
Em um abraço