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Na semana retrasada, vi uma foto no facebook bem interessante, esse mesmo que ilustra o texto de hoje. Acho que a gente fica com preguiça de entender o outro, tanto culpa do imediatismo a que somos bombardeados quanto culpa do egocentrismo inerente no que entendemos por amor. Ao invés de interpretarmos aquele incômodo do pai e da mãe falando para organizar o armário, o quarto, a vida, como uma lição de amor, logo reclamamos da chatice que é escutar isso o tempo inteiro, o dia todo. A gente não interpreta as coisas da forma correta. É preciso certa dose de organização para que o caos possa se instalar no novo, no desconhecido. Se só existe o caos, a desordem, o novo, o desconhecido e o bom se escondem, perdem força, são apenas mais um na bagunça.

A gente interpreta errado aquele cara que fica toda hora te importunando. Aquele que joga na tua cara que você é mal-humorada, chata, brava, caxias, esse mesmo que evidencia os seus maiores medos, os maiores calos, ele te quer bem. Não é assim? Os amigos são aqueles que implicam, pegam no teu pé. Mas, não é por mal, é a forma humana de mostrar que você é notado, não passa despercebido. Pode também ser a forma de exibir a inveja, quem sabe?

As pessoas as vezes esquecem o significado de responsabilidade. Não é porque não fui eu que fiz que significa que não seja de minha responsabilidade, que não signifique que eu me sinta responsável, que não signifique que eu deva ponderar, corrigir, me desapontar comigo mesma. Não é que eu leve à sério demais, é que eu me sinto responsável. Quem é responsável por algo ou alguma coisa zela. É assim para o privado e é assim para o público. Se vivemos em sociedade e se trabalhamos em conjunto, que as pessoas se responsabilizem por aquilo que são responsáveis!

Eu me esforço para interpretar as pessoas em seus próprios contextos. Eu me esforço em não julgar antes de entender. É importante observar a situação e o ambiente antes de julgar e condenar a atitude alheia. Entender isso e fazê-lo da maneira correta, sem pesar o seu emocional do momento é tão complexo e tão trabalhoso quanto interpretar um texto. Ler nas entrelinhas é questão de malícia, maturidade, experiência e paciência. Há que se ter empatia, há que se ter boa vontade. Talvez mais do que interpretação de texto, falte hoje a boa vontade, pois sem vontade, não há interpretação de texto que possa ser feita imparcialmente.