Pensando...

por Misha Gibson, que pensa e pensa e pensa....

171 Todo Dia

Terça, 20 De Março De 2018 ás 06:00

O pensador, de Rodin

O pensador, de Rodin

Conversando com a psicóloga do pequeno, ela me disse uma frase que há tempos gostaria de comprovar: O pensamento molda os sentimentos.

E eu não quero dizer só sobre ser positiva ou negativa. Pois é claro que quanto mais nos envolvemos com coisas positivas, mais sentimos esperança. Quero dizer sobre sentimentos e sensações mais complicadas. Faz um tempo já que eu acredito que eu me apaixono e desapaixono por quem eu escolho. Parece arrogância dito assim, mas não é. É uma liberdade poder sentir as palpitações do coração ao ver o amado e também deixar de senti-las quando as tão esperadas respostas não condizem com o que desejo.

Eu sempre fui de me apaixonar fácil. Gosto mais dessa sensação de estar apaixonada do que da paixão em si. Amor dá trabalho.

Claro, poder continuar apaixonada e viver um romance não é nada mau, mas enquanto isso não acontece, sigo me apaixonando e desapaixonando. Isso não significa que não doa quando não dá certo ou que eu perca o interesse de uma hora para a outra. É mais fácil me interessar por alguém do que eu me desinteressar completamente.

O que eu noto, no entanto, é que entre minha paz e um talvez, eu tenho preferido minha paz. Isso só vem com a maturidade. É uma escolha, um entendimento do livre arbítrio. E isso não quer dizer que eu não possa contrariar meu bom senso e fazer uma arte vez ou outra. Contar um sonho, um presente de agosto, jogar um verde. Flertar é muito divertido. Mas, eu não me iludo. Tudo bem se não for correspondida também.

Você pode dizer que paixão não é amor. Você pode dizer que não acredita que eu consiga 'esquecer' o sentimento quando eu quero, como se deligasse um interruptor. Pode ser que eu não esqueça mesmo, pode ser que a paixão não vire amor. Mas, a paixão não precisa virar amor, pois o amor já está lá. Mas, quando controlo meus pensamentos, sei que o que eu sinto já estarão mais suavizados, menos intensos e, certamente, a ansiedade será menor.

A mesma coisa ocorre com o rancor. Quanto mais alimento o rancor com pensamentos e lembranças, mais parece crescer a raiva. E não é que eu esqueça, mas pensando menos sou capaz até de perdoar. E a vida tem um jeito engraçado de cobrar as coisas ruins que a gente faz, mais cedo ou mais tarde, o sofrimento que a gente causa vira um sofrimento nosso. Pode não ser na mesma moeda, mas somos, sim, cobrados. Quando vejo uma coisa triste acontecer para uma pessoa que vi fazer mal a pessoas que amo, eu não fico alegre, mas só penso em como a vida é doida. Em como nossos pensamentos podem ser poderosos. Como nossas crenças podem se tornar mais reais do que desejamos.

Enfim, acho que o pensamento molda muito mais do que os sentimentos. Acho que podemos controlar muita coisa que nem parece ter controle, apenas pensando. Para o bem ou para o mal, vamos tentar pensar mais positivo?


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