Vingança

por Misha Gibson que entende que as vezes é bom pisar com salto 15

171 Todo Dia

Terça, 15 De Abril De 2014 ás 06:00

Vingança

Vingança

Vingança!
Revanche!
A ira nos leva a querer o mal reparado com o mal. O sangue com o sangue. A dor com a dor. Milimetricamente calculado, sorrateiramente destilado. Prato frio para apetites vorazes.

Daí que um dia fizeram um disparate. Um abuso, uma ofensa, quase uma atrocidade. Calar? Aceitar? Revidar?

O quanto da aceitação dos absurdos que fazem parte de uma herança cultural e o quanto isso vem de um traço da nossa personalidade e idade? O quanto contestamos por achar realmente errado e o quanto aceitamos por mera comodidade de não termos (ou querermos) responsabilidade por nada?

Como é que se incita responsabilidade em uma pessoa? Como é que se tira do cérebro pré-programado esse laissez-faire, essa falta de parcimônia no descaso, esse egocentrismo do malandro? Como é que a gente revida sem revidar, bate sem bater, fala sem falar? Digno seria empinar o nariz e passar diretamente por entre os ativistas da revolução: estamos de olho, mas não precisamos revidar! Pelo menos identificar-se, saindo da sombra do vamos deixar como está já bastaria para mudar o que nos rodeia.
                           
Como é que se vinga aquele que só quer sobreviver? Como é que se deita a cabeça no travesseiro, sem ter tomado ação nenhuma, tendo reclassificado os níveis da maldade, dado toda a maldade que pode existir? Como é que sobrevivemos sem revidar as porradas que levamos? Não dá para ser santo. Não dá para ser espiritualmente elevado com quem nos quer no chão. Mas, como usar a nossa força em uma maneira construtiva de revidar?

Um homem que eu admiro muito me disse para focar naquilo que diz respeito a mim, fazer bem feito o que deve ser feito. De fato, se não existe o que se apontar o dedo, existiria tempo e espaço para o mal? Sempre há. O ser humano sempre encontra uma brecha, sempre encontra uma saída. Somos parasitas de nós mesmos. Mas, é um bom conselho. Empinar o nariz e afrontar o mal: E agora, vai dizer o quê, vai apontar o quê? É o orgulho de ser quem é, fazer o que faz e não ter vergonha de lutar para ser. Eu vivo muito mais que sobrevivo!

A melhor revanche é aquela silenciosa, aquela em que a vingança é surdina e ainda sem falha de execução. É quando se diz: Tome o seu fel para si. Obrigado, eu cresci mais com ele.



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