O PARAÍSO NO MATO GROSSO DO SUL

Frederico Valente

Terça, 04 De Novembro De 2008

O PARAÍSO NO MATO GROSSO DO SUL

O PARAÍSO NO MATO GROSSO DO SUL

Certa feita, numa das minhas incursões pelo Pantanal, no barco em meio a um dos infinitos banhados, com aquela água de cor negra mas límpida, fiz uma outra viagem, uma viagem na imaginação, tentando visualizar tudo aquilo num projeto urbanístico, pronto para ser construído, encomendado por um megalomaníaco.
Não consegui ter idéia de quantas pranchas seriam necessárias, quantos detalhes, quantos estudos, pesquisas, etc.. E os custos? Não dava para ter noção nem da ordem de grandeza como diria o planejador. Será que todo o PIB do Brasil seria suficiente para custear a construção daquele paraíso? Sinceramente, não fui capaz de imaginar um número qualquer.
Por outro lado, a fragilidade da natureza nos salta aos olhos. Ponto aqui, ponto ali, as feridas surgem com a simples retirada de uma samambaia, um orifício que se abre, uma chuva que cai, a água que carrega o solo, que abre uma erosão, que leva o capim, os bambus, os carandás, que assoreia o rio, que cobre os alimentos dos lambaris, pintados e dourados, que mudam para outras plagas, que não mais alimentam as garças e os tuiuiús, que também somem de vista, levando em sua companhia os jacarés, as capivaras as lontras e todos seus companheiros que compunham as peças que garantiam o equilíbrio do meio ambiente.
Felizmente as feridas ainda são pequenas, o monumental prevalece, a natureza não economizou na ostentação nem na grandiosidade. O pantaneiro também soube, mesmo nos tempos de liberdade total, explorar com parcimônia a riqueza que lhe fora ofertada.
Resta-nos, como diria a bela dama para manter o charme, maquiar a beleza, cuidar dos pequenos detalhes como qualificar as ações dos guias turísticos, ensinar gentilezas aos garçons, aos motoristas, e aos piloteiros.
Ainda como diria a bela dama, para continuar bonita é preciso manutenção, fazer um botox onde houver desgaste, uma lipo no assoreamento, um enxerto na erosão, e uma faxina na sujeira.
Assim, com a consciência da fragilidade da natureza, do potencial a ser explorado, das lições que o tempo deu, e da necessidade de estar sempre atento e atualizado, o povo do Mato Grosso do Sul poderá ser tão rico quanto é o paraíso natural que lhe foi ofertado
*Engenheiro Sanitarista, foi Secretário de Estado de Planejamento e de Ciência e  Tecnologia.

Frederico Valente

Engenheiro, especialista em gestão pública, foi secretário de Estado de Planejamento

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