VINICIUS DE MORAIS

Frederico Valente

Domingo, 06 De Novembro De 2005

VINICIUS DE MORAIS

VINICIUS DE MORAIS


De manhã  escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo

Esse é Vinicius de Moraes e esse é o filme imperdível por todos aqueles que tiveram o privilégio de viver e curtir a riquíssima geração dos anos  60. Uma lição de valores para outras gerações. Emoção aflorando, saudades agradáveis, uma vontade indelével de que o filme não acabe.
Privilegio de ver e ouvir sua poesia declamada e cantada pelos atores Ricardo Blat e Camila Morgado, pelo poeta Ferreira Gullar, por Chico Buarque, Caetano, Toquinho, Baden Powel, Edu Lobo, Gil, Bethânia, Zeca Pagodinho,  e outros.
E viajando no tempo, que o filme nos leva, ter tido o privilégio de viver uma geração que cultuava o ser humano e a vida acima de tudo, onde os valores materiais eram buscados em nome da vida intensa.
Privilégio de viver uma geração que se propunha a arriscar a vida em grandes movimentos de protesto pela volta da democracia no país.
Privilégio de viver uma geração que buscava uma utopia, como sonho de dar uma vida digna a todos os seus semelhantes.
Privilégio de ver em sua paixão maior, o futebol, um Mané Garrincha brincando com seus adversários em campo e zombando dos valores materiais na vida.
Privilégio de ter visto várias apresentações do Vinicius, mas não esquecer de uma que marcou o movimento estudantil num show improvisado no Canecão, com a presença quase todos os acima citados e dele gozando a assanhada Leila Diniz que fazia gestos obscenos e dizia palavrões para os estudantes que queriam vê-la no palco tal como na praia.
Privilégio de ler “Impossível fugir a essa dura realidade; Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios; Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas; Todos os maridos estão funcionando regularmente; Todas
as mulheres estão atentas; Porque hoje é sábado” em “o Dia da Criação”, dele.
Privilégio de viver uma geração que se livrou de muitos preconceitos  e que tornou a vida mais espontânea, natural e liberta. Que tomava seus porres para se liberar, mas que ainda não precisava de drogas.
Privilégio de ter vivido uma paixão verdadeira, espontânea, sincera e marcada pela distancia, o que mais intensa a deixava e agregava uma alta dose de pureza e ingenuidade.
Somente essa viagem a que o filme me levou já valeu o ingresso, mas ele tem muito mais para ser apreciado e cultuado. Não percam.
Vinicius tal como Jobim, teria que estar ainda aqui junto com Oscar Niemeyer que parece não ter limites de criatividade.


Frederico Valente – engenheiro que estudando no Rio de Janeiro
na década de 60/70, viveu toda essa emoção.

Frederico Valente

Engenheiro, especialista em gestão pública, foi secretário de Estado de Planejamento

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