Empresários querem manter estacionamento na revitalização da 14 de Julho

Mais atenção para segurança pública também foi pedida pelos comerciantes em uma reunião realizada na terça-feira.

Quarta, 01 De Outubro De 2014 às 11h37

Empresários querem manter estacionamento na revitalização da 14 de Julho

Empresários querem manter estacionamento na revitalização da 14 de Julho

Mesmo com diversos pontos positivos ao comércio da região central, o projeto preliminar da revitalização da Rua 14 de Julho foi alvo de questionamentos na noite de ontem (30), durante uma reunião entre empresários, técnicos da Prefeitura e dirigentes da Associação Comercial e Industrial de Campo Grande, na sede da entidade de classe. O principal embate corresponde à proibição do estacionamento entre Afonso Pena e Cândido Mariano, prevista na reforma da via.

O diretor da ACICG, Luiz Afonso Assumpção, e demais lojistas questionaram a real necessidade de criação de baias para embarque e desembarque, cargas e descargas, que vai restringir o tráfego da rua a apenas duas faixas e retirar 120 vagas. “Em média, cada vaga recebe 10 carros por dia. Fazendo as contas, isso representa quase 30 mil clientes a menos na região em um mês. Reduzindo as opções de estacionamento você desestimula que os consumidores venham até à loja”, completa o presidente do Conselho do Comércio Central da ACICG, André Eduardo Moretto.

Proprietário de uma ótica na Afonso Pena quase esquina com a 14 de Julho, o empresário Ivan Reis já vivenciou os prejuízos pela falta de estacionamento. “Senti uma grande redução nas vendas com o corte de vagas na Afonso Pena e o mesmo aconteceu com a loja da Júlio de Castilho, no período de obras. Agora, se retirarem essas vagas da 14, a projeção é piorar o movimento ainda mais”, desabafou.

Parte da reunião, com cerca de 40 empresários, foi concentrada no convencimento dos técnicos sobre como a falta do estacionamento interfere diretamente em um dos objetivos do novo projeto da Rua 14 de Julho: oferecer mais conforto ao consumidor. De acordo com Moretto, “não há como convencer um cliente de uma hora para a outra a não usar mais o seu veículo para chegar ao centro, pois lá haverá uma área voltada ao pedestre”. 

Estimular o consumidor a se deslocar a pé pelo Centro é uma das principais propostas da revitalização. “O pedestre foi nosso ponto de partida, assim como demais diretrizes do Plano Diretor de Mobilidade Urbana, que prioriza a circulação não motorizada, reduzindo o tráfego de passagem de veículos tendo em vista que o trajeto bairro a bairro nessas vias complica o tráfego na região” explicou arquiteto e urbanista Fayez José Rizk, que integra a equipe da concepção do projeto da 14 de Julho.

Para que a proposta seja entendida gradualmente pela população, uma das soluções levantadas pela classe é a liberação de estacionamento em um dos lados da 14 de Julho, tornando a nova calçada retilínea, como foi realizado na Barão do Rio Branco. A ideia será analisada com mais rigor pelos técnicos.

Em resposta a vários questionamentos sobre o assunto, a coordenadora de Projetos Especiais da Prefeitura, Catiana Sabadin Zamarrenho, informou que políticas de incentivo a estacionamentos privados estão sendo estudadas, assim como a implantação do modelo vertical. “É uma oportunidade para a iniciativa privada, isso vai ajudar no aumento de vagas no Centro, mas ainda assim não é o estacionamento a única solução para o Centro. Temos que encontrar juntos o modelo que mantenha o comércio vivo e atraia a população para compras e moradia na região”, considerou.

Segurança

Além da arborização, sombreamento, ampliação das calçadas para 4,20 metros de largura e instalação de lixeiras já contempladas no projeto e que tiveram boa avaliação dos comerciantes, os empresários levantam a necessidade de mais segurança ao consumidor. Entre as sugestões propostas estão câmeras de monitoramento, posto policial e área para viatura.

Para o presidente do Conselho Comunitário de Segurança da Região Central um espaço destinado à ala policial vai somar ao projeto. “É interessante que haja a presença física do policial para garantir bem-estar à população, oferecer orientações e também estar estrategicamente posicionado em casos de emergências. À noite, com o vazio da rua, isso ajudará inibir a presença de usuários de drogas que, infelizmente, frequentam a região”, disse Adelaido Luiz Spinosa Vila.

No cruzamento com a Avenida Afonso Pena está prevista a instalação de uma réplica do relógio que existia até a década de 1970. “É importante garantir uma nova área para a viatura policial. Assim conseguiremos unir valor histórico à segurança”, considera Adelaido.

Execução

A reunião que apresentou as novidades da 14 de Julho também serviu para tirar dúvidas com relação à execução da obra. Para o presidente da ACICG, João Carlos Polidoro, “é preciso de haja o mínimo de impacto na região, dando preferência a uma rotina de trabalho noturna”.

Segundo Katiana, a sugestão já foi pensada por parte da Prefeitura. A obra deve começar em 2015 e levará cerca de 1 ano para ser concluída, devido a complexidade principalmente na transferência da fiação para a ala subterrânea.

A ideia é que sejam feitas reuniões periódicas com os empresários para informar o cronograma de trabalho e demais processos. “Vamos fazer as obras em ilhas, cercadas por tapumes para não atrapalhar a circulação de pessoas. Queremos o entendimento de vocês (empresários) para não revivermos a situação da Júlio de Castilho (onde o total fechamento da via para a reforma levou à queda drástica de movimento)”, concluiu a coordenadora de Projetos Especiais da Prefeitura.

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