Exibida em sessão especial, longa passou ontem na capital
Guto Oliveira, com colaboração de Elusa Prado
O Cinemark exibiu ontem, em sessão especial, uma adaptação de um dos quadrinhos mais famosos e cultuados do homem-morcego, a graphic novel “Batman – A Piada Mortal” (Batman: the killing joke; DC Comics), escrita por Alan Moore e publicada nos Estados Unidos pela primeira vez em março/1988.
Umas das razões do seu sucesso é o viés psicológico implícito da trama, que além de mostrar a origem do Coringa, entrevê a relação amor-ódio do homem-morcego e de seu arquirrival, insinuando que os dois têm mais em comum do que gostariam de admitir.
Fiel em boa parte ao roteiro da novel, a versão cinematográfica adicionou elementos à história para que virasse um longa, contando nuances do relacionamento entre Batman e a Batgirl (Barbara Gordon, filha do comissário). Confusa com o papel de heroína e notadamente apaixonada pelo super-herói, Barbara/Batgirl tenta provar seu valor na dupla e se depara não apenas com a repressão de sentimentos de Batman em relação a ela, mas com sua superproteção, que culmina com a desobediência e posterior colocação em situação de risco da aprendiz.
Usando a moça e o Comissário como isca, o Coringa consegue chamar a atenção do Cavaleiro das trevas para uma luta em que somente um dos dois lados poderá sobreviver, e é neste ponto que a a narrativa explode em suspense, mas na verdade não decola como o esperado. As situações são previsíveis até mesmo para uma animação, e o thriller do gibi consegue impactar mais do que a adaptação cinematográfica.
Ainda assim, o longa-metragem vale pelo personagem, que apesar de seus 77 anos, mostra que ainda tem muita força, visto que a sessão estava cheia e muitos estampavam suas camisetas do homem-morcego. Também vale pela tensão entre o casal morcego, que atinge o ápice no topo de um prédio, onde o cavaleiro das trevas sucumbe à paixão da heroína, causando um frenesi na galera que assistia. Boa diversão, mas valeria mais a pena ter assistido num serviço de streaming ou TV.
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