Alta da energia elétrica volta a impactar na inflação de Campo Grande

IPC/CG de abril, divulgado pela Anhanguera-Uniderp, fecha em 1,12% e inflação acumulada fica em 8,64%.

Terça, 05 De Maio De 2015 às 09h53

Alta da energia elétrica volta a impactar na inflação de Campo Grande

Alta da energia elétrica volta a impactar na inflação de Campo Grande

Pelo segundo mês consecutivo o aumento de preço da energia elétrica refletiu na inflação do campo-grandense.

Em abril, o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG), divulgado mensalmente pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas (NEPES) da Universidade Anhanguera-Uniderp, fechou em 1,12%, índice menor em 0,13% na comparação com março de 2015, mas ainda alto. Se confrontado apenas entre os meses de abril, um percentual tão elevado não era registrado desde 2011, quando chegou a 1,55%.

O coordenador do Núcleo de Pesquisas Econômicas da Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza, explica que o aumento de 18,45% no preço da energia elétrica refletiu no grupo Habitação. “O índice deste grupo fechou em 3,30%, o que impactou fortemente no índice geral de inflação, ajudada também pelo grupo Alimentação”, considera o professor.

Além do grupo Habitação, com variação de 3,30%, no qual está inserida energia elétrica, tiveram inflações os grupos: Alimentação (0,49%), Despesas Pessoais (0,47%) e Saúde 0,18%. Com deflações tivemos os grupos: Transportes (-0,29%), Educação (-0,30%) e Vestuário (-0,41%).

Para os próximos meses a expectativa do pesquisador é que a inflação em Campo Grande comece a recuar, “pois parece não haver nenhum preço administrado pelo governo que deverá sofrer reajuste e o índice do grupo Alimentação também começa a diminuir devido à melhoria de fatores climáticos que afetam os preços de produtos desse grupo”, diz Souza.

Inflação acumulada – A inflação acumulada em 12 meses na cidade está em 8,64%, já muito acima do topo da meta inflacionária estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o ano de 2015, que é de 6,5% e muito além do centro da meta que é de 4,5%.  Neste período as maiores inflações acumuladas na Capital, por grupo, foram: Habitação 12,83% e Transportes 10,30%. Além disso, três grupos estão com índices inflacionários acumulados bastante altos. São eles: Despesas Pessoais 8,32%, Educação 8,29% e Alimentação 8,18%.

Em 2015 destacam-se, com as maiores inflações acumuladas, os grupos: Habitação 9,56%, Educação 7,89% e Transportes 7,13%, com inflações acumuladas superiores à inflação acumulada de 2015, de 5,64%. Dois grupos estão com deflações: Vestuário (-1,34%) e Saúde (-0,07%).

Os mais e os menos do IPC/CG – Os responsáveis pelas maiores contribuições para a inflação do mês de fevereiro foram: energia elétrica (0,94%), automóvel novo (0,06%), alcatra (0,05%), tênis (0,03%), tomate (0,03%), costela (0,03%), sabão em pó (0,02 %), aluguel apartamento (0,02 %), pilha (0,02 %) e pescado fresco (0,02 %).

Já os itens que mais ajudaram a segurar a inflação nesse período, com contribuições negativas foram: batata (-0,07%), diesel (-0,04%), etanol (-0,04%), blusa (-0,03%), ovos (-0,02%), papelaria (-0,02%), calça comprida (-0,02%), pão francês (-0,02%), bebidas não alcoólicas (-0,02%) e gasolina (-0,01%).

Segmentos

O grupo Habitação apresentou uma grande elevação, fechando em 3,30% em relação ao mês anterior. Alguns produtos/serviços deste grupo que sofreram majorações de preços foram: energia elétrica (18,45%), carvão (11,77%), pilha (8,14%), entre outros com menores aumentos. Quedas de preços ocorreram com: forno microondas (-11,14%), lâmpada (-1,38%), detergente (-1,32%), entre outros.

O índice de preços do grupo Alimentação, no mês de abril de 2015, apresentou alta moderada em relação ao mês anterior, da ordem de 0,49%. Os maiores aumentos de preços que ocorreram em produtos desse grupo foram: abacaxi (37,90%), limão (16,27%), tomate (15,59%), entre outros. Fortes quedas de preços ocorreram com os seguintes produtos: abobrinha (-37,55%), chuchu (-21,77%), batata (-18,94%), entre outros.

Tais variações são explicadas pelo coordenador do Núcleo de Pesquisas Econômicas da Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza. “O grupo Alimentação sofre muita influência de fatores climáticos e da sazonalidade de alguns de seus produtos, principalmente, verduras, frutas e legumes. Alguns produtos aumentam de preços ao término da safra, outros diminuem de preços quando entram na safra. Quando o clima é desfavorável há aumentos de preços, ocorrendo quedas quando o clima se torna favorável”.

A carne vermelha oscilou de preço mais uma vez. Dos quinze cortes de carne bovina pesquisados pelo NEPES da Anhanguera-Uniderp nove registraram alta. São eles costela (5,42%), alcatra (4,16%), patinho (4,02%), fígado (3,77%), vísceras de boi (3,39%), picanha (3,29%), peito (2 ,50%), filé mignon (2 ,42%) e coxão mole (2,34%). Já seis deles sofreram quedas de preços: paleta (-4,23%), cupim (-3,93%), lagarto (-2,64%), acém (-1,57%), contra-filé (-0 ,57%), músculo (-0 ,30%).

O frango resfriado teve aumento de preço de 1,89% e os miúdos queda de 0,91%. Quanto à carne suína, tiveram quedas de preços o pernil (-4,96%) e a costeleta (-2,95%). Aumento de preço ocorreu com a bisteca suína, de 3,36%.

O coordenador do Núcleo de Pesquisas Econômicas da Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza afirma que, “devido à valorização do dólar frente ao real e a abertura de novos mercados, o preço desse produto pode não ceder como o esperado. Além disso, estamos entrando no período da entressafra da carne bovina, período esse de aumentos de preços do produto. Muitos consumidores certamente estão migrando para carnes suína ou de frango, que estão com melhores preços”.

Depois de ser um dos que mais contribuíram para inflação de março, em abril o grupo Transportes teve uma queda em seu índice da ordem de -0,29%, devido às reduções de preços do etanol (-2,14%), diesel (-1,65%) e gasolina (-0,45%). Aumentos de preços ocorreram com carros novos (2,83%) e passagens de ônibus interestadual (0,10%). 

O grupo Educação também apresentou uma moderada deflação -0,30%, devido a quedas de preços de produtos de papelaria. 

O grupo Vestuário seguiu o mesmo comportamento, fechando em queda de -0,41%. Aumentos de preços que ocorreram neste grupo foram: tênis (3,63%), bermuda e short feminino (1,77%), vestido (1,52%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com: sandália/chinelo masculino (-6,79%), sandália/chinelo feminino (-5,70%), sapato feminino (-2,60%), entre outros.

Já o grupo Despesas Pessoais apresentou alta de 0,47%. Alguns produtos/serviços desse grupo que tiveram aumentos de preços foram: absorvente higiênico (7,87%), papel higiênico (3,69%), creme dental (3,09%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com xampu (-0,77%) e sabonete (-0,12%).

O grupo Saúde também apresentou uma pequena inflação: 0,18%. Os produtos/serviços deste grupo que aumentaram de preços foram: analgésico e antitérmico (4,66%), antimicótico e parasiticida (2,13%), vitamina e fortificante (0,70%), entre outros. Já, os produtos que tiveram quedas de preços foram: antialérgico e broncodilatador (-1,10%), anti-inflamatório e antirreumático (-0,80%), anti-infeccioso e antibiótico (-0,55%), entre outros. “Apesar de o governo ter autorizado, no mês de abril, um reajuste de 7,7% em produtos/serviços desse Grupo, ainda não tivemos o reflexo desse aumento no bolso do consumidor. Certamente esse aumento virá futuramente”, analisa o pesquisador Celso Correia de Souza.

IPC/CG - O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O Índice busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Universidade Anhanguera - Uniderp divulga mensalmente o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande.

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