Aumento de combustíveis pesa na inflação de fevereiro em Campo Grande

IPC/CG do mês passado ficou 1,38%, mas inflação acumulada já ultrapassa teto da CMN e chega a 7,60%

Quinta, 05 De Março De 2015 às 15h39

Aumento de combustíveis pesa na inflação de fevereiro em Campo Grande

Aumento de combustíveis pesa na inflação de fevereiro em Campo Grande

A elevação de preços em diversos produtos no mês de fevereiro impactou a inflação de Campo Grande. O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG), divulgado mensalmente pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas (NEPES) da Universidade Anhanguera-Uniderp, ficou 1,38%. No comparativo apenas entre os meses de fevereiro, o índice é o mais alto dos últimos 12 anos, quando chegou em 2,33%. Na análise com janeiro de 2015, o percentual foi 0,40% menor.

Na análise do coordenador do Núcleo de Pesquisas Econômicas da Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza, não houve surpresa de que a inflação do mês passado seria alta. “Neste mês de fevereiro aconteceu um forte aumento nos preços dos combustíveis, item que tem muita influência na composição do índice inflacionário de Campo Grande. Além do mais, o grupo Alimentação também voltou a pressionar a inflação da cidade, principalmente, pelo clima que tem afetado os produtos hortifrutícolas que vêm de outros estados, somado a isso o movimento dos caminhoneiros nas principais estradas do país”. O pesquisador destaca também os preços das carnes que continuam a aumentar pela falta de boi gordo para o abate.

Alguns grupos tiveram altos índices de inflação em fevereiro, os principais são Transportes (6,44%) e Alimentação (1,51%). Com índice negativo destaca-se o grupo Despesas Pessoais (-0,66%).

A projeção para março não é animadora informa o pesquisador Celso Correia de Souza. “O cenário continua não sendo dos melhores em relação ao comportamento da inflação em Campo Grande, pois haverá forte aumento no preço de energia elétrica, item com o maior peso na composição da inflação da cidade”, completa.

Inflação acumulada – A inflação acumulada em 12 meses na cidade está em 7,60%, já muito acima do topo da meta inflacionária estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o período 2015, que é de 6,5% e muito além do centro da meta que é de 4,5%.

Nesses últimos doze meses as maiores inflações acumuladas na Capital, por grupo, foram: Alimentação, com 11,30%; Transportes, com 10,73%; Despesas Pessoais, com 8,38%; e Educação, com 7,87%. Os demais grupos se encontram dentro da normalidade.

No acumulado de 2015, o índice ficou em 3,18%.

Os mais e os menos do IPC/CG – Os responsáveis pelas maiores contribuições para a inflação do mês de fevereiro foram: diesel (0,40%), gasolina (0,31%), etanol (0,23%), ovos (0,04%), feijão (0,03%), patinho (0,03%), papel higiênico (0,03%), cebola (0,03%), contra-filé (0,03%) e alcatra (0,03%).

Já os itens que mais ajudaram a segurar a inflação nesse período, com contribuições negativas foram: batata (-0,03%), tomate (-0,03%), sapato feminino (-0,02%), camisa masculina (-0,02%), costela (-0,02%), açúcar (-0,02%), frango congelado (-0,01%), sandália/chinelo feminino (-0,01%), calça comprida (-0,01%) e salsicha (-0,01%).

Segmentos

Em fevereiro de 2015 o grupo Habitação apresentou elevação de 0,31% em relação ao mês anterior. Alguns produtos/serviços deste grupo que sofreram majorações de preços foram: vela (10,71%), água sanitária (9,55%), lâmpada (7,77%), entre outros com menores aumentos. Quedas de preços neste grupo ocorreram com: lustra móveis (-1,19%), cera para assoalho (-0,94%), sabão em pó (-0,43%), entre outros.

O grupo Alimentação foi um dos que mais contribuíram para a inflação do mês passado, apresentando 1,51% de alta. Os maiores aumentos de preços que ocorreram em produtos como: abobrinha (33,01%), cebola (29,25%), repolho (22,47%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com limão (-19%), tomate (-11,33%), milho para canjica (-8,53%), entre outros.

Tais variações são explicadas pelo coordenador do Núcleo de Pesquisas Econômicas da Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza. “O grupo Alimentação sofre muita influência de fatores climáticos e da sazonalidade de seus produtos, principalmente, verduras, frutas e legumes. Alguns têm preço maior ao término da safra, outros diminuem de preço quando entram na safra. Quando o clima é desfavorável há aumento de preços e quando o cenário é contrário há queda nos valores”, explica.

A carne vermelha aumentou de preço. Dos quinze cortes de carne bovina pesquisados pelo NEPES da Anhanguera-Uniderp, 11 registraram altas. São eles: músculo (9,29%), patinho (8,79%), lagarto (8,26%), picanha (6,77%), coxão mole (6,48%), contra-filé (4,47%), filé mignon (3,21%), acém (2,93%), alcatra (2,02%), cupim (0,88%) e paleta (0,68%). Já quatro deles sofreram quedas de preços: fígado (-6,23%), costela bovina (-2,85%), vísceras de boi (-2,38%) e ponta de peito (-0,98%).

O frango resfriado teve queda de preço de -1,90% e miúdos um forte aumento de 5,49%.

Quanto à carne suína, todos os cortes pesquisados tiveram aumentos que chamaram a atenção. São eles: bisteca (8,13%), costeleta (7,93%) e pernil (5,90%).

Considerado o principal responsável pela alta da inflação do mês passado, o grupo Transportes apresentou alta de 6,44% devido aos fortes aumentos de preços dos combustíveis diesel (15,94%), etanol (12,80%) e gasolina (9,67%.). Também foi registrada elevação de preços em automóvel novo (0,97%) e no pneu (0,22%). “Nenhum item desse grupo teve queda de preço”, completa o pesquisador Celso.

O segmento Saúde também apresentou alta, porém em menor proporção: 0,09%. Os produtos/serviços que aumentaram de preços foram: antibiótico e parasiticida (0,96%), antigripal e antitussígeno (0,46%), vitamina e fortificante (0,43%), entre outros. Já os produtos que tiveram quedas de preços foram: antidiabético (-0,42%) e antialérgico e broncodilatador (-0,18%).

Diferente de janeiro, o Grupo Educação desta vez ficou estável, com índice 0%.        

O mesmo comportamento foi observado no grupo Vestuário, também com 0%. Aumentos de preços que ocorreram neste grupo foram: calça comprida masculina 1,25%, sapato masculino 0,77% e camiseta masculina 0,05%. Quedas de preços ocorreram com: sandália/chinelo feminino (-4,56%), sapato feminino (-3,31%), sandália/chinelo masculino (-3%), entre outros.

Na contramão das diversas elevações está o grupo Despesas Pessoais, que apresentou redução da ordem de -0,66%. Alguns produtos/serviços desse grupo que tiveram aumento de preços foram: papel higiênico (6,50%), absorvente higiênico (4,99%), creme dental (4,62%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com fio dental (-6,41%), produto para limpeza de pele (-1,80%), protetor solar (-1%), entre outros.

IPC/CG - O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/ CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O Índice busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Universidade Anhanguera - Uniderp divulga mensalmente o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande.

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