Inflação de agosto na capital registra menor índice do ano

IPC de agosto registra 0,30%, segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais da Uniderp

Terça, 13 De Setembro De 2016 às 09h01

Inflação de agosto na capital registra menor índice do ano

Inflação de agosto na capital registra menor índice do ano

Em agosto, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) voltou a cair e encerrou em 0,30%, uma queda de 0,09% em relação ao mês anterior, com inflação de 0,39%.

Menor índice de 2016, o indicador também ficou ligeiramente abaixo do registrado em agosto de 2015, quando chegou a 0,31%, segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp.

Os principais responsáveis pela inflação do mês passado foram os grupos: Alimentação, com aumento médio de 0,88% e contribuição para a inflação de 0,18%; Habitação, que sofreu elevação de 0,16% e contribuiu 0,05% para o índice geral do mês; Vestuário, que registrou acréscimo de 0,32% e contribuição de 0,03%; Saúde, que aumentou 0,30% e colaborou com 0,02%; e Despesas Pessoais, que teve elevação 0,03%, porém, não impactou no índice mensal.

“Os grupos Transportes e Educação apresentaram pequenas deflações: -0,23% e -0,20%, respectivamente”, explica o coordenador do Nepes da Uniderp, Celso Correia de Souza.

Acumulado

A inflação acumulada nos últimos doze meses caiu apenas 0,01% em relação ao acumulado até julho: fechou em 9,33%, ainda está acima do teto, de 6,5%, e do centro, de 4,5%, das metas estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Para pesquisador da Uniderp, o resultado sinaliza que “a inflação acumulada de 2016 não deve atingir o teto da meta, como é esperado pelo governo, pois a queda está muito lenta”, explica. Durante o período, registraram os maiores índices: Alimentação (16,91%), Educação (12,71%) e Transportes (9,33%). “Percebe-se, que a inflação tem impactado com mais força as classes com menor poder aquisitivo, que priorizam a alimentação neste período de dificuldade”, complementa o professor.

No acumulado de 2016, a inflação já atinge 5,57%, ultrapassando o centro da meta do CMN. “São esperados indicadores menores nos próximos meses, principalmente, pela melhora do clima. Apesar de ainda penalizar a inflação da Alimentação, o clima poderá ajudar a baixar o índice do grupo, impactando na redução da inflação geral”, analisa Celso. Em oito meses, as maiores inflações ocorreram com os grupos: Educação (11,13%), Alimentação (7,97%), Despesas Pessoais (7,66%) e Saúde (6,97%).

Maiores e menores contribuições

Os dez “vilões” da inflação,em agosto, foram:
•Leite pasteurizado, com inflação de 7,42% e contribuição de 0,08%;
•Arroz, com inflação de 5,81% e contribuição de 0,07%;
•Alcatra, inflação de 3,75% e participação de 0,05%;
•Aluguel casa, com variação de 0,63%  e colaboração de 0,04%;
•Feijão, com acréscimo de 8,55% e contribuição de 0,04%;
•Automóvel novo, com aumento de 1,63% e participação de 0,03%;
•Alho, com variação de 45,03% e colaboração de 0,03%;
•Sapato masculino, com acréscimo de 7,15% e contribuição de 0,03%;
•Mamão, com reajuste de 45,67% e participação de 0,03%;
•Aluguel de apartamento, com elevação de 0,56% e colaboração de 0,03%.

Já os 10 itens que ajudaram a reter a inflação no período, com contribuições negativas, foram:
•Gasolina, com deflação de -1,53% e contribuição de -0,06%,
•Cebola, com redução de -42,34% e colaboração de -0,06%;
•Batata, com diminuição de -11,96% e participação de -0,04%;
•Gás em botijão, com decréscimo de -1,10% e contribuição de -0,03%;
•Acém, com baixa de -3,53% e colaboração de -0,03%;
•Sabão em pó, com diminuição de -1,59% e participação de -0,02%;
•Patinho, com redução de -5,00% e contribuição de -0,02%;
•Hidratante, com decréscimo de -4,02% e colaboração de -0,02%;
•Fio dental, com queda -2,86% e participação de -0,01%;
•Contrafilé com baixa -1,42% e contribuição de -0,01%.

Segmentos

Em agosto, o grupo Habitação teve alta de 0,16% em relação ao mês anterior, motivada, principalmente, pelo aumento de produtos de uso doméstico, como: desinfetante (7,96%), pilha (6,19%) e saponáceo (5,33%). Quedas de preços ocorreram com lâmpada (-4,89%), esponja de aço (-3,09%), carvão (-2,80%), entre outros.

O grupo Alimentação também voltou a subir e fechou o mês com 0,88%. As maiores altas de preços que ocorreram com: mamão (45,67%), alho (45,03%) e melão (22,02%). As principais quedas de preços foram registradas com: cebola (-42,34%), manga (-24,21%), farinha de aveia (-20,18%), entre outros.

Dos 15 cortes de carnes bovina pesquisados pelo Nepes da Uniderp, apenas quatro sofreram aumentos de preços: fígado (3,90%), vísceras de boi (3,38%), picanha (3,08%) e alcatra (2,75%). Já as quedas ocorreram com: lagarto (-5,68%), cupim (-5,09%), patinho (-5%), coxão mole (-4,74%), filé mignon (-3,65%), acém (-3,53%), músculo (-2,20%), paleta (-2,13%), peito (-1,47%), contrafilé (-1,42%) e costela (-0,08%). Em relação ao frango, a versão congelada teve alta de 2,98% e os miúdos de frango 0,01%. Já a carne suínaapresentouredução de preços em todos os cortes apurados pelo departamento de pesquisa da universidade: pernil (-3,22%), a bisteca (-1,34%) e a costeleta (-0,98%).

Pelo segundo mês consecutivo, o grupo Transportes registrou queda. Em agosto o índice fechou em -0,23%, motivado, principalmente, pela redução dos preços dos combustíveis. Os principais aumentos de preços ocorreram com: automóvel novo (1,63%) e passagens de ônibus intermunicipal (0,59%). Quedas de preços foram registradas com gasolina (-1,53%) e diesel (-0,15%).

O grupo Educação também apresentou deflação e fechou em -0,20%, devido às quedas de preços de produtos de papelaria. Já o grupo Despesas Pessoais sofreu pequena alta: 0,03%. Papel higiênico (3,27%), creme dental (2,69%) e produto para limpeza de pele (1,38%) foram os itens com os maiores aumentos de preços. Quedas de valor ocorreram com fio dental (-2,86%), hidratante (-2,02%) e sabonete (-1,19%).

Com relação ao grupo Saúde, o resultado foi de 0,30%.Os produtos que sofreram majorações de preços foram: anti-infeccioso e antibiótico (2,13%), antimicótico e parasiticida (1,35%) e exame de laboratório (0,66%). Deflações ocorreram com antialérgico e broncodilatador (-1,97%), analgésico e antitérmico (-1,33%) e material para curativo (-0,76%).

Já o grupo Vestuário fechou com alta de 0,32%. Os maiores aumentos ocorreram com: sapato masculino (1,15%), vestido (0,94%) e camiseta masculina (0,51%). As reduções foram registradas com saia (-2,48%), camisa masculina (-1,91%) e lingerie (-0,94%).

IPC/CG

O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) é um indicador da evolução do custo de vida das famílias dentro do padrão de vida e do comportamento racional de consumo. O IPC busca medir o nível de variação dos preços mensais do consumo de bens e serviços, a partir da comparação da situação de consumo do mês atual em relação ao mês anterior, de famílias com renda mensal de 1 a 40 salários mínimos. A Uniderp divulga mensalmente o IPC/CG.

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