Campo Grande . Net

Todo mundo usa.
Ninguém tem coragem de confessar que tem.
Quais são os seus?
Quais são os meus?

Dia desses eu estava no meu dia normal, no meu corre normal. A pessoa pediu pra eu fazer uma tarefa. Ok, meu trabalho, fiz. Mas, a pessoa ficou o dia todo falando que antes fazia e que agora não conseguia mais; para, no fim do dia, me dizer que não tinha perdido nenhum acesso. Ou seja, conseguiria fazer a tarefa sem problema nenhum. Me diga você, por quê?

Outro dia foi uma variação do mesmo tema. Me mandou mensagem para perguntar sobre uma coisa que já sabia, ou pelo menos, deveria saber.

Invento coisas, ou a pessoa só queria conversar?
Ou sou eu que uso o meu próprio subterfúgio para tentar descobrir o que eu sei que não deveria ser tão complicado?

Quando riu da minha indireta, ele riu do mesmo que eu?
Ou ele apenas não entendeu?

Eu queria saber small-talking, ser amena, falar sobre o nada.
Eu olho para a pessoa e as palavras me escapam, só quero sorrir com os olhos e beijar aquela boca.

Como é que a gente deixa de falar sobre o trabalho e sobre coisas banais sem perder a leveza?
Como é que a gente pode ser mais chegado das pessoas que a gente quer bem?

As vezes me sinto um desbravador em terra de ninguém
Quero escalar as altas montanhas, quero descer as mais íngremes encostas, quero adentrar as matas virgens
Invadir as planícies, conquistar os planaltos, reconhecer cada território
Fincar a bandeira e declarar como meu aquele coração.

E, se por acaso te interessar
Saiba que quando eu uso a minha cara-de-pau ou até o meu sarcasmo
É porque eu sei o que eu quero.

O meu subterfúgio é a verdade.