Festival Woldstock Rock, em Limeira/SP celebrou música, paz e solidariedade

Festival celebra os 47 anos de Woodstock, com 14 bandas tributos, incluindo Creedence, Janis e Hendrix. Campo Grande/MS teve uma galera representando a cidade morena.

Guto Oliveira

Terça, 30 De Agosto De 2016 às 18h08

Palco principal montado no Horto Florestal de Limeira/SP

Foto por: Guto Oliveira

Palco principal montado no Horto Florestal de Limeira/SP

No último final de semana, Limeira/SP, cidade paulista com cerca de 300 mil habitantes, distante 143km da capital do estado, recebeu o Woldstock Rock Limeira 2016, evento comemorativo aos 47 anos do Festival de Woodstock, um evento que marcou toda uma geração e é vividamente lembrado até nossos dias como uma celebração de paz, música e liberdade.

O Woodstock original foi realizado no mês de agosto de 1969 e levou milhares de jovens até a cidade de Bethel, no interior do estado de Nova York, onde lendários artistas do rock se apresentaram, entre diversas outras manifestações culturais, durante três dias. Foi tão marcante e contou com tanta gente de peso na música que se tornou um ícone da história da música no mundo.

O festival de Bethel contou com 32 apresentações dentre os mais famosos artistas da época, com importantes nomes da música como Joan Baez, Joe Cocker, Janis Joplin, Jimi Hendrix e bandas do calibre de The Who, Grateful Dead, Creedence Clearwater Revival, Jefferson Airplane e Crosby, Stills, Nash & Young.

A empreitada brasileira convidou artistas que prestam tributos a estes astros e estrelas do festival original, como o Creedence Maniacs (Creedence Clearwater Revival), Xandra Joplin (Janis Joplin) e A Casa Vermelha (Jimi Hendrix).

Fossem somente estes, o festival já estaria plenamente justificado e foram as apresentações de gala da bonita festa, porém além destes, o evento contou com outras atrações que prestaram homenagem a bandas e cantores nacionais e internacionais como Original Cover (Legião Urbana), The Four Horsemen (Metallica), Use Your Guns (Guns’n’Roses), Tribute Brazil (Coldplay), Rua 47 (Capital Inicial), Eu, a Veia e os Caras (Charlie Brown Jr), AC/DC Forever (AC/DC), Monalizza (Tim Maia), Bando D´Água (Clássicos Nacionais), Infinite Dreams (Iron Maiden) e Roberto Seixas (Raul Seixas).

O Campogrande.net esteve presente no festival, acompanhando um grupo de oito amigos que se dispuseram a enfrentar quase 900km de distância para prestigiar a festa e um nono integrante juntou-se ao grupo: Rafael Carlotto, Regiane David, Janaína Duarte, Antonio Fava Jr, Andrea Mishima, João Marcos, Viviani Magna e o editor Guto Oliveira saíram de Campo Grande/MS na madrugada de sexta-feira para se encontrarem com o amigo Kazumba, em Limeira/SP, ele que morava em Campo Grande/MS, mas mudou-se recentemente para Campinas/SP e estava a apenas 55km do local do evento.

1° dia

O festival abriu com a excelente Creedence Maniacs, banda de São Paulo/SP liderada por Mauro Proença e que presta tributo ao Creedence Clearwater Revival. Com um vocal  convincente, lembrando muito John Fogerthy, cantor do CCR, o Creedence Maniacs desfilou os maiores sucessos da banda, que tem fortes raízes no country e blues, incorporados ao rock. Foi um show que não deixou ninguém parado e a plateia foi ao delírio com as músicas mais conhecidas como “Down on the corner”, “Have you ever seen the rain” e "Rolling on the river", entre outras.

Seguindo a festa,  o pessoal do Original Cover tocou os maiores sucessos da banda brasileira Legião Urbana, fazendo a galera cantar junto e se emocionar com as músicas que marcaram toda uma geração de jovens no Brasil desde a década de 80 até os nossos dias. “Ainda é cedo”, “Eduardo e Mônica” e a sempre atual "Que país é este?" foram tocadas e acompanhadas à exaustão, numa perfeita sintonia com a galera presente.

A terceira banda a se apresentar trouxe a rapaziada do The Four Horsemen, banda tributo ao grupo americano Metallica, trazendo a pegada do heavy metal para a primeira noite do festival. Eles já se apresentaram em nossa capital e já tínhamos a referência da qualidade da banda, que tocou músicas do quilate de “Nothing else matters” e “Enter Sandman”, presenças obrigatórias nos set lists dos shows.

Fechando o primeiro dia do festival, a banda Use your Guns mostrou a força do grupo de hard rock Guns’n’Roses, os americanos da Califórnia que já venderam mais de 100 milhões de cópias de discos em sua carreira, que começou em 1985. A banda tributo paulistana nasceu em 2008, para trazer aos fãs do GnR o melhor som, com a fidelidade da turnê “Use your Illusion” (1991-1993), fonte de inspiração da banda brasileira.

O balanço do dia 26 de agosto foi muito positivo, abrindo a festa com um gostinho de Woodstock, pela Creedence Maniacs, e um revival oitentista tanto nacional quanto internacional, com pitadas de rock brasileiro e do hard e glam rock americanos.

2° dia

O segundo dia foi aberto com a banda Coldplay Tribute Brazil (Coldplay), formada em São Paulo (capital) no ano passado, com o intuito de prestar uma homenagem aos britânicos do rock alternativo. A banda original estreou no mercado com o álbum “Parachutes”, estourando mundialmente com a música “Yellow”. Os paulistanos do Tribute Brazil tocaram esta e outros grandes sucessos da banda, como “Fix you”, “Paradise” e “Viva la vida”.

Depois, os meninos da Coldplay Tribute Brazil deram vez à espetacular cantora Xandra Joplin (Janis Joplin), que nos encantou com sua voz maravilhosa, muito próxima da estrela considerada a rainha do rock and roll. Janis Joplin nos deixou precocemente aos 27 anos por conta de uma overdose de heroína, gravou apenas quatro discos (sendo o último, “Pearl”, lançado postumamente), porém sua voz marcante eternizou a artista na história da música mundial.

Xandra homenageia a cantora americana com a competência de quem faz este trabalho desde o final dos anos 90 e tem no currículo a participação em vários programas de televisão, bem como teve uma música (“Trust me”) inserida na trilha sonora de uma novela da rede Globo, “Tempos Modernos”.

Com a excelente banda Uskaravéio, que acompanha a artista nos shows, Xandra desfilou as músicas mais marcantes da Janis, com destaque para as impagáveis “Summertime”, “Mercedes Benz” (à capela) e a maravilhosa “Piece of my heart”.

O rock brasileiro voltou aos palcos do festival com a banda Rua 47, outra banda paulistana criada no ano passado e que reverencia os brasilienses do Capital Inicial, banda marcante dos anos 80 e que está em atividade até os dias de hoje. O Capital Inicial foi formado em 1983, depois da dissolução da Aborto Elétrico, que tinha Renato Russo como cantor e guitarrista. Deste núcleo, surgiram duas das mais importantes bandas brasileiras: de um lado o Capital Inicial com Dinho Ouro Preto e de outro, a Legião Urbana de Renato Russo. A banda tributo executou “Fátima”, “Música urbana” e “O passageiro”, dentre outros sucessos do Capital.

Passando o “bastão” para a próxima atração, tivemos mais uma atração “woodstockiana” com a trupe da Casa Vermelha, banda tributo ao ícone considerado o maior guitarrista de todos os tempos, Jimi Hendrix. E homenagear Hendrix não é tarefa fácil, mas a banda cumpriu bem o seu desafio e mandou os maiores sucessos do artista, como “Purple Haze”, “Foxy lady” e “Little Wing”, com a competência de excelentes músicos no palco.

A banda Eu, a Véia e os Caras assumiu o palco para fazer um tributo ao Charlie Brown Jr, banda de múltiplos estilos nascida em Santos/SP e liderada por Chorão, paulistano de nascimento, que morrera em 2013 e causara a extinção da banda. Apesar da tristeza do fim trágico, o som alegre e contagiante do Charlie Brown Jr ecoou na pista de Limeira/SP e a galera respondeu cantando junto as músicas, ao som da banda tributo da própria cidade do festival. Sucessos como “Ela vai voltar”, “Só por uma noite” e “Te levar” incendiaram a noite, ajudando a esquecer a baixa temperatura daquele dia.

Para fechar o segundo dia, apresentaram-se o AC/DC Forever (AC/DC), fazendo homenagem à banda australiana dos irmãos Young, Malcolm e Angus, que começaram sua trajetória nos idos de 1973 e são considerados um dos grupos musicais mais bem sucedidos de todos os tempos. Dona de sucessos incríveis como “Thunderstruck”, “Highway to hell” e “Back in Black”, essas são algumas das músicas que os meninos da banda tributo desfilaram no palco do Woldstock Rock.

3° dia

Abrindo os trabalhos do terceiro e último dia do festival, que nem bem tinha terminado e já estávamos com aquele gostinho de quero-mais, apresentou-se a banda Monalizza (Tim Maia), de Santa Gertrudes/SP (bem pertinho de Limeira/SP) . Dessas gratas surpresas que o festival trouxe, a voz de Big Tiago encantou aos que o ouviram, dando um tom de soul music ao evento, trazendo a memória de um dos maiores artistas da música brasileira, o grande Tim Maia.

Tim foi cantor, compositor, maestro, produtor musical, instrumentista e empresário brasileiro, responsável pela introdução da soul music no Brasil. Carioca de nascimento, seu trabalho é marcado pelo vozeirão grave e carregado que o tornaram único. Dono de uma ginga incrível, do mesmo tamanho do seu talento era a sua capacidade de ser controverso, sendo conhecido por faltar a alguns de seus próprios shows. Apesar de seu temperamento, é venerado até hoje e o será por muitos anos, pelos grandes sucessos que deixou, quer seja cantando ou compondo.

E a Monalizza trouxe à baila sucessos como “Não quero dinheiro (só quero amar)”, “Réu confesso” e “Gostava tanto de você”, interpretadas por um carismático cantor, que conquistou novos fãs para a banda pela bela apresentação no festival.

E o tributo a Tim Maia fechou com chave de ouro a participação do grupo de amigos de Campo Grande/MS que foram ao evento, pois apesar do festival continuar até às 20h, chegara a hora de partir, pegando de volta a estrada para casa.

Fim de festa

Em tempo: depois deste tributo a Tim Maia pela banda Monalizza, ainda se apresentaram as bandas O Bando d´Água, com clássicos nacionais; Infinite Dreams (Iron Maiden), que segundo fotos de participantes, trouxe até o boneco Eddie the Head, mascote oficial da banda britânica; e fechando as atrações do evento, Roberto Seixas (Raul Seixas) trouxe os sucessos do maluco beleza Raul Seixas, um dos pioneiros do rock brasileiro, que nos deixou em agosto/1989, mas seu legado é vivo até os nossos dias.

Impossível não se emocionar ao falar de uma festa que além de boa música todos os dias, deixou recordações de paz, amizade e solidariedade, uma vez que muitos acamparam nas dependências do Horto Florestal de Limeira/SP, que abrigou o festival.

A convivência perfeitamente pacífica (nenhum incidente registrado), num belo local, cercado de natureza, ao lado dos trilhos da ferrovia da FEPASA e também do zoológico da cidade e de pista de aeromodelismo, fizeram deste um dos eventos mais bacanas dos últimos tempos. Com certeza, a organização foi impecável e tem tudo para ser um evento permanente.

Valeu, Limeira/SP, na figura de David Reda, organizador do evento, parabenizamos a parceria com a prefeitura, que viabilizou este belo evento e Mato Grosso do Sul marcou presença na festa.

Fonte: woldstockrock.com.br

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